domingo, 8 de abril de 2012

Fazer ouvidos de mercador

Orlando Neves, autor do Dicionário das Origens das Frases Feitas, diz que a palavra mercador é uma corruptela de marcador, nome que se dava ao carrasco que marcava os ladrões com ferro em brasa, indiferente aos seus gritos de dor. No caso, fazer ouvidos de mercador é uma alusão a atitude desse algoz, sempre surdo às súplicas de suas vítimas.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Jurar de Pés Juntos

A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado pra dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado pra expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Carioca

O termo vem de duas palavras tupi: kara’iwa ("homem branco") e oka ("casa"), que, juntas, significam "casa do homem branco". Os índios passaram a usar a expressão logo após a fundação do Rio de Janeiro, para se referir à cidade. Como apelido para os moradores, o termo só começou a ser usado a partir do século XVIII.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Puxar a orelha

Torcer a orelha é o mesmo que arrepender-se, lastimar-se por não ter feito algo que poderia trazer bons resultados. A origem da expressão remota a Mnemosine, a deusa da memória. Segundo a mitologia, ela era responsável por impedir o esquecimento das pessoas - e a orelha era o órgão dedicado a essa deusa grega. 
Assim, torcer a orelha era uma forma de estimular a memória e garantir que erros cometidos não fossem esquecidos. O gesto acabou virando um ato de punição.

Ir para a cucuia

Quando alguma coisa termina mal, dizemos que "foi para a cucuia". Existem duas versões diferentes para explicar a origem desta expressão. A mais aceita refere-se ao antigo cemitério da Cacuia, localizado na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro. O local foi inaugurado em janeiro de 1904 e, desde então, "ir para a Cacuia" tornou-se sinônimo de "bater as botas". Aos poucos, no entanto, a expressão foi se generalizando e passou a ser utilizada também para se referir a outras situações com finais nada felizes.
A outra explicação para o ditado vem do tupi. Na língua indígena, kui significa cair, ir para a decadência. A duplicação de kui teria resultado em kukui, que, por sua vez, deu em cucuia.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Deu bode

Todo mundo conhece a expressão "dar bode", usada quando queremos dizer que uma situação ficou complicada, acabou em confusão ou mal-entendido. Mas por que falamos do bode nesse caso? O bode sempre esteve ligado às forças diabólicas, como lembra Câmara Cascudo, no livro Coisas que o Povo Diz: "Qualquer velha bruxa de outrora, sabedora de orações e remédios fortes, informava do poder do Bode, sinônimo do diabo, temido e respeitado na ambivalência natural." Aliás, segundo a tradição judaica, o bode era o animal escolhido para carregar todos os pecados de seu povo e, por isso, era ritualisticamente abandonado num deserto. Representando todo o mal, o bode expiatório era ao mesmo tempo vítima e réu. Dar bode, portanto, é ter como resultado uma situação infernal, indesejável, confusa.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Estabanado

Dizemos que uma pessoa é estabanada quando ela é muito desajeitada, irrequieta, sem modos. Segundo o etimologista Antenor Nascentes, a palavra estabanado vem do latim tabanus, nome de um inseto cuja picada provoca muita dor, fazendo a vítima agitar-se de desespero. Em português, esse inseto chama-se tavão. Originalmente, portanto, uma pessoa estabanada era uma pessoa que parecia ter sido picada por esse inseto; por isso, agia de modo tão estranho e desajeitado...