quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Chato de galocha

Infelizmente, os chatos continuam a existir, ao contrário do acessório que deu origem a essa expressão. A galocha era um tipo de calçado de borracha colocado por cima dos sapatos para reforçá-los e protegê-los da chuva e da lama.
Por isso, há uma hipótese de que a expressão tenha vindo da habilidade de reforçar o calçado. Ou seja, o chato de galocha seria um chato resistente e insistente, explica Valter Kehdi, professor de Língua Portuguesa e Filologia da Universidade de São Paulo.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Ovelha Negra da Família

A história dessa frase nasceu do milenar trabalho de pastoreio. Em todo o rebanho há um animal de trato difícil, que não acompanha os outros. Cuidando das ovelhas, protegendo-as dos lobos, providenciando-lhes os melhores pastos, o pastor não evita, porém, que uma delas se desgarre. É a "ovelha negra". Por metáfora, a frase passou a ser aplicada nas famílias e em outras comunidades, a filhos ou a afiliados que não têm bom comportamento. Na "Ilíada", de Homero (século IX a. C.) relata o sacrifício de uma ovelha negra como garantia do pacto celebrado entre Páris e Menelau, que resultou na guerra de Tróia. Mas ela não foi punida por mau comportamento. Como muitas ovelhas negras, era inocente.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

OLHOS DE LINCE

Os antigos acreditavam que o lince podia ver através das paredes, sabia?! 
Pois é, esses bichos têm visão apuradíssima, embora, quando filhotes, só abram os olhos com dez dias de vida.
Uma de suas características, a de enxergar longe, ganhou simbolismo ao ser aplicada ao ser humano. Das pessoas muito inteligentes e perspicazes, diz-se que possuem olhos de lince. Na Mitologia, Linceu, um dos argonautas, possuía visão tão penetrante que lhe permitia ver o que se passava no Céu e no Inferno. Também teria chegado a contar, ao primeiro olhar e a uma distância de mais de 200 quilômetros, o número de barcos de uma frota de guerra saída de Cartago. Poetas como Horácio e Malherbe cantaram as extraordinárias faculdades de Linceu.

CHEGAR DE MÃOS ABANANDO

Há muito tempo, aqui no Brasil, era comum exigir que os imigrantes que chegassem para trabalhar nas terras trouxessem suas próprias ferramentas. Caso viessem de mãos vazias, era sinal de que não estavam dispostos ao trabalho. Portanto, chegar de mãos abanando é não carregar nada.

domingo, 26 de setembro de 2010

COM A CORDA TODA

Antigamente, os brinquedos que possuíam movimento eram acionados torcendo um mecanismo em forma de mola ou um elástico, que ao ser distendido, fazia o brinquedo se mexer. Ambos os mecanismos eram chamados de “corda”. Logo, quando se dava “corda” totalmente num brinquedo, ele movia-se de forma mais agitada e frenética. Daí a origem da expressão.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

TAPAR O SOL COM A PENEIRA

Peneira é “um instrumento circular de madeira com o fundo em trama de metal, seda ou crina, por onde passa a farinha ou outra substância moída. Qualquer tentativa de tapar o sol com a peneira é inglória, uma vez que o objecto é permeável à luz. A expressão teria nascido dessa constatação, significando atualmente um esforço mal sucedido para ocultar uma asneira ou negar uma evidência.
 

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

FAVAS CONTADAS

De acordo com o pesquisador Câmara Cascudo, antigamente, votava-se com as favas brancas e pretas, significando sim ou não. Cada votante colocava o voto, ou seja, a fava, na urna. Depois vinha a apuração pela contagem dos grãos, sendo que quem tivesse o maior número de favas brancas estaria eleito. Atualmente, significa coisa certa, negócio seguro.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

FAZER OUVIDOS DE MERCADOR

Orlando Neves, autor do Dicionário das Origens das Frases Feitas, diz que a palavra mercador é uma corruptela de marcador, nome que se dava ao carrasco que marcava os ladrões com ferro em brasa, indiferente aos seus gritos de dor. No caso, fazer ouvidos de mercador é uma alusão a atitude desse algoz, sempre surdo às súplicas de suas vítimas.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

COM O REI NA BARRIGA

A expressão provém do tempo da monarquia em que as rainhas, quando grávidas do soberano, passavam a ser tratadas com deferência especial, pois iriam aumentar a prole real e, por vezes, dar herdeiros ao trono, mesmo quando bastardos. Em nossos dias refere-se a uma pessoa que dá muita importância a si mesma.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

BICHO-DE-SETE-CABEÇAS

A expressão é curiosa, mas é importante ressaltar que o bicho-de-sete-cabeças que deu origem ao termo, é claro, jamais existiu. A sua origem está na mitologia grega, mais precisamente na história da Hidra de Lerna. Diz a lenda que a hidra era um monstro de sete cabeças que, ao serem cortadas, renasciam. Matar este animal foi uma das doze proezas realizadas por Hércules.

A expressão ficou popularmente conhecida, no entanto, por representar a atitude exagerada de alguém que, diante de uma dificuldade, coloca limites à realização da tarefa, até mesmo por falta de disposição para enfrentá-la.

domingo, 19 de setembro de 2010

PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA

Significado: Estar distante, pensativo, alheio a tudo. 
Esta é bíblica. O bezerro era adorado pelos hebreus e sacrificados para Deus num altar. Quando Absalão, por não ter mais bezerros, resolveu sacrificar uma bezerra, seu filho menor, que tinha grande carinho pelo animal, se opôs. Em vão. A bezerra foi oferecida aos céus e o garoto passou o resto da vida sentado do lado do altar “pensando na morte da bezerra”. Consta que meses depois veio a falecer.

RASGAR SEDA


Tal expressão, utilizada quando alguém elogia exaustivamente outra pessoa, surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos Martins Pena. Na mesma, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua profissão para cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente sua beleza, até que a mulher percebe a intenção do rapaz e diz: “Não rasgue a seda, que se esfiapa.” Foi assim que surgiu a expressão.

DA PÁ VIRADA

A origem do ditado é em relação ao instrumento, a pá. Quando a pá está virada pra baixo, voltada pro solo, está inútil, abandonada decorrentemente pelo Homem vagabundo, irresponsável, parasita.



quinta-feira, 16 de setembro de 2010

TIRAR O CAVALO DA CHUVA

No século XIX, quando uma visita iria ser breve, deixavam o cavalo ao relento, em frente à casa do anfitrião. Caso a visita fosse demorar, colocavam o animal nos fundos da casa, em um lugar protegido da chuva e do sol.
Contudo, o convidado só poderia colocar seu cavalo protegido da chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse: “pode tirar o cavalo da chuva”. Depois disso, a expressão passou a significar a desistência de alguma coisa.

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

DAR COM OS BURROS N’ÁGUA

A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde tropeiros que escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região Sul à Sudeste sobre burros e mulas. O fato era que muitas vezes esses burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos muito difíceis e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados. Daí em diante o termo passou a ser usado pra se referir a alguém que faz um grande esforço pra conseguir algum feito e não consegue ter sucesso naquilo.



terça-feira, 14 de setembro de 2010

JURAR DE PÉS JUNTOS

- Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu.
A expressão surgiu através das torturas executadas pela Santa Inquisição, as quais o acusado de heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado pra dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado pra expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.



segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A EMENDA SAIU PIOR DO QUE O SONETO

Querendo uma avaliação, certo candidato a escritor apresentou soneto de sua lavra ao poeta português Manuel Maria Barbosa du Bocage (1765-1805) pedindo-lhe que marcasse com cruzes os erros encontrados. O escritor leu tudo, mas não marcou cruz nenhuma, alegando que elas seriam tantas que a emenda ficaria ainda pior do que o soneto.
A autoridade do mestre era incontestável. Bocage levou essa forma poética a tal perfeição que fazia o que bem queria com um soneto, tornando-se muito popular, principalmente em improvisos satíricos e espirituosos, pelos quais é conhecido.

domingo, 12 de setembro de 2010

ENGOLIR SAPOS

A origem da expressão popular “engolir sapos” deu-se por um dos fatos escritos na Bíblia: As pragas do Egito. Uma das pragas constituía da invasão de milhares de rãs, por todo o território egípcio. Durante a preparação e ingestão de alimentos, lá estavam os anfíbios. Os animais não apenas invadiam os ambientes – cozinhas, quartos, banheiros -, como também os pratos dos habitantes do reino. Daí a expressão: “Engolir sapos”, ou seja, suportar situações desagradáveis sem qualquer manifestação.

DESPEDIDA DO TREMA

"Estou indo embora. Não há mais lugar para mim. Eu sou o trema.Você  pode nunca ter reparado em mim, mas eu estava sempre ali, na Anhangüera, nos aqüiféros, nas lingüiças e seus trocadilhos por mais de quatrocentos e cinqüentas anos.

Mas os tempos mudaram. Inventaram uma tal de reforma ortográfica e eu simplesmente tô fora. Fui expulso pra sempre do dicionário. Seus ingratos! Isso é uma delinqüência de lingüistas grandiloqüentes! 
O resto dos pontos e o alfabeto não me deram o menor apoio... A letra U se disse aliviada porque vou finalmente sair de cima dela. Os dois pontos disse que eu sou um preguiçoso que trabalha deitado enquanto ele fica em pé.

Até o cedilha foi a favor da minha expulsão, aquele C cagão que fica se passando por S e nunca tem coragem de iniciar uma palavra. E também tem aquele obeso do O e o anoréxico do I. Desesperado, tentei chamar o ponto final pra trabalharmos juntos, fazendo um bico de reticências, mas ele negou, sempre encerrando logo todas as discussões. Será que se deixar um topete moicano posso me passar por aspas? A verdade é que estou fora de moda. Quem está na moda são os estrangeiros, é o K, o W "Kkk" pra cá, "www" pra lá.
Até o jogo da velha, que ninguém nunca ligou, virou celebridade nesse tal de Twitter, que aliás, deveria se chamar TÜITER. Chega de argüição, mas estejam certos, seus moderninhos: haverá conseqüências! 
Chega de piadinhas dizendo que estou "tremendo" de medo. Tudo bem, vou me embora da língua portuguesa. Foi bom enquanto durou. Vou para o alemão, lá eles adoram os tremas. E um dia vocês sentirão saudades. E não vão agüentar.

 Nos vemos nos livros antigos. Saio da língua para entrar na história.
      
Adeus,
Trema."
(Recebi por e-mail.)

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

ESTÔMAGO DE AVESTRUZ

O avestruz é a maior das aves e come de tudo, está sempre bicando o chão à procura de algo para satisfazer o seu estômago. E o estômago desta ave é o responsável pela sua fama.
Segundo nos informa o professor Ari Riboldi no seu livro O Bode Expiatório, o estômago do avestruz possui um poderoso suco gástrico capaz até de dissolver metais.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

QUEBRAR UM GALHO

Quando alguém ajuda o outro, ou o tira de alguma situação terrível, muitos falam que “fulano quebrou um galho pra mim”. Pois bem, a explicação pode parecer bem estranha,mas um dos significados da palavra galho é “conjunto de riachos que se reúnem para formar um rio”. Para aqueles que viajam neste rio, “quebrar um galho” quer dizer abrir caminho em um afluente de rio para desembocar mais rápido no rio principal.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

CULPA NO CARTÓRIO


Lá pelo século 13 a igreja manteve os cartórios em várias cidades para interrogar os suspeitos de heresia. Esses tribunais da Inquisição guardavam um histórico de todos os julgados em fichas, e ter seu nome em alguma daquelas fichas representava uma mancha na sociedade que dificilmente seria apagada e o indivíduo estava com “culpa no cartório”.

FAZER VAQUINHA

A expressão “fazer vaquinha” surgiu na década de 20 e tem sua relação de origem com o jogo do bicho e o futebol. Nas décadas de 20 e 30, já que a maioria dos jogadores de futebol não tinha salário, a torcida do time se reunia e arrecadava entre si, um prêmio para ser dado aos jogadores.Esses prêmios eram relacionados popularmente com o jogo do bicho. Assim, quando iam arrecadar cinco mil réis, chamavam a bolada de “cachorro”, pois o número cinco representava o cachorro no jogo do bicho. Como o prêmio máximo do jogo do bicho era vinte e cinco mil réis, e isso representava a vaca, surgiu o termo popular “fazer uma vaquinha”, ou seja, tentar reunir o máximo de dinheiro possível para um fim específico.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

ELEFANTE BRANCO

Tal expressão tem o sentido de presente incômodo ou algo inútil, mas dispendioso. Segundo consta, no antigo reino de Sião, atual Tailândia, o rei costumava presentear cortesãos chatos e inconvenientes com elefantes brancos. Por ser presente real, o paquiderme não podia ser recusado nem vendido e, como era considerado sagrado, não podia ser utilizado em qualquer tipo de trabalho. Muito menos ser sacrificado. Além disso, deveria ser bem tratado e enfeitado, já que o soberano tinha o desagradável hábito de surpreender o presenteado com visitas “incertas” para verificar como ia a saúde do presente oferecido. Assim, o elefante, que tem vida longa, dava muita despesa e nenhum retorno, ou seja, não possuía qualquer utilidade para quem o recebia. Era mesmo autêntico “elefante branco”.

NEM QUE A VACA TUSSA

A frase completa é "nem que a vaca tussa e o boi espirre", e significa que algo não será feito nem que algo de extraordinário aconteça. Segundo o veterinário Zé de Oliveira Pinto, da Universidade Federal de Viçosa, o provérbio não tem fundo de verdade, já que uma vaca tossir e um boi espirrar não é algo tão difícil de acontecer. "Como os homens, os bovinos tossem toda a vez que a traquéia passa por algum processo irritativo. Isso acontece por várias razões, como a presença de secreções e de larvas de parasita ou a compressão do órgão". O mesmo vale para o espirro. "Se entendermos o espirro como uma descarga nasal, o boi espirra sempre que houver uma sobrecarga de suas vias". Mas, então, como surgiu a expressão? Zé de Oliveira acredita que ela se baseia no fato de que os homens espirram com muito mais freqüência que os bovinos.

QUAL É A MAIOR PALAVRA DA LÍNGUA PORTUGUESA?

A campeã que sempre foi anticonstitucionalissimamente perdeu seu posto. A palavra mais extensa hoje tem 46 letras: pneumoultramicroscopicossilicovulcanoco niótico. Ela descreve o estado das pessoas que sofrem de uma doença rara, provocada pela aspiração de cinzas vulcânicas.
 

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

NECA DE PITIBIRIBAS

O termo neca equivale a nada e vem do latim nec, que significa não. De acordo com o dicionário Houaiss, o termo pitibiriba (ou pitibiribas) é tipicamente brasileiro. Ele quer dizer nada ou coisa alguma.
 

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

BALZAQUIANA

O termo balzaquiana é aplicado às mulheres que estão na faixa dos 30 anos. Porém, nem todos sabem que a expressão foi cunhada após a publicação de um livro do francês Honoré de Balzac. Em As Mulheres de 30 Anos, o escritor realiza uma análise do destino das jovens na primeira metade do século XIX, em particular dentro do casamento. E faz uma apologia às mulheres de mais idade, que, amadurecidas, podem viver o amor com maior plenitude. É o acontece à heroína da narrativa, Júlia. Ela se casa com um oficial do exército, mas depois descobre que a relação está longe de ser o que imaginava. Vê-se, então, presa a um matrimônio infeliz. Quando se torna uma trintona, porém, a moça consegue encontrar o amor nos braços de Carlos Vandenesse.
 

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

VER PASSARINHO VERDE

Significa estar apaixonado. O passarinho em questão é uma espécie de periquito verde. Conta uma lenda que alguns românticos rapazes do século passado adestravam o bichinho para que ele levasse no bico uma carta de amor para a namorada. Assim, o casal de apaixonados tinha grandes chances de burlar a vigilância de um paizão ranzinza.